Foto: Ascom/MDA
Batata doce, abóbora, alho nacional, feijão preto e arroz polido são alimentos que estão na lista produtos que serão fornecidos por agricultores quilombolas gaúchos, ao Grupo Hospitalar Conceição (RS). E para oficializar a compra, será assinado, nesta quarta-feira (13), um Termo de Adesão para formalizar a compra.
“Isso vai representar para essas comunidades quilombolas a possibilidade de um mercado importante, o de compras públicas. Um dos principais gargalos que essas comunidades enfrentam é o problema da comercialização. Na medida em que o hospital garante essa comercialização, melhora a renda desses agricultores quilombolas e abre novas possibilidades para qualificação da produção”, afirma o coordenador de Políticas para Comunidades Quilombolas do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Quêner Chaves dos Santos.
O valor da chamada pública para cada comunidade que fornecer os alimentos será de R$ 20 mil, por um período de três meses. Pela primeira vez, comunidades quilombolas participam desse processo. “De modo geral, as chamadas envolvem a agricultura familiar e esse público quilombola, geralmente, tem dificuldade de acessar esse mercado. O fato inovador dessa chamada é ela ser direcionada para as comunidades quilombolas”, comenta Quêner.
Alimentação e saúde
Mesmo com uma produção ainda modesta, Antônio Leonel Rodrigues Soares, 46 anos, viu no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal, a chance de crescer. Antônio é agricultor quilombola do interior de Pelotas (RS) e, junto com outros companheiros da comunidade, vai fornecer cinco tipos de alimentos plantados de forma agroecológica para o Grupo Hospitalar Conceição (RS). O objetivo é que os pacientes do hospital tenham uma alimentação mais saudável, com produtos diretos do campo.
Antônio Leonel diz que toda a família ajuda no processo de produção. Ele, que mora em uma comunidade com mais 64 famílias, está se planejando para criar uma cooperativa, que, segundo ele, facilitará em outras vendas. “Não sabíamos que teríamos essa possibilidade de mercado. Quando soubemos, tentamos entregar o que já produzíamos. Estamos nos planejando para atender o mercado e, também, ajudar a comunidade”, explica o quilombola que é coordenador da Federação das Comunidades Quilombolas do Rio Grande do Sul ao defender que a alimentação influencia na saúde.
“Nossas comunidades quilombolas sempre produziram de forma agroecológica e a produção de alimentos naturais é importante para os hospitais, porque saúde e alimentação andam juntas”, defende Leonel.
Histórico
Em dezembro de 2014, o MDA realizou uma oficina no Rio Grande do Sul com comunidades quilombolas, com o objetivo de aumentar a comercialização desse público no mercado institucional, como o PAA e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). “A partir dessa oficina, construímos a possibilidade de fazer uma chamada específica para os quilombolas”, explica Quêner.
As oficinas foram uma parceria com o Incra, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Social (Seppir), Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Fonte: Jalila Arabi - Ascom/ MDA
Nenhum comentário:
Postar um comentário